segunda-feira, 19 de julho de 2010

Logo além

Era uma cidade pequena, antiga, escondida no meio dos morros, as montanhas ficavam mais adiante ao fundo, oferecendo um suposto ar de lugar quase esquecido, só suposto, pois aquela cidadezinha era intensa todo instante. E ali morava uma menina que dentre tantas qualidades e manias algo especial pairava sobre ela, uma coisa quase sobrenatural, uma ponta de mistério.

Morar em um lugar tão pequeno, no meio do nada não era algo muito divertido, e não ter o que fazer na maior parte do tempo era parte do cotidiano, mas a menina, esperta e criativa, logo deu um jeito de quebrar essa resistência imposta pelo espaço apertado e passou a desenvolver desde bem nova uma forma diferente de viver: sonhar! Não que os outros moradores não fizessem isso, mas enquanto o padeiro da esquina desejava ardentemente uma máquina nova para espichar a massa, ela desejava mais ardentemente ainda viver grandes aventuras, visitar o mundo inteiro, ajudar as pessoas, se realizar.

E acabou descobrindo no estudo o combustível necessário pra essa máquina doida de sonhos, se esforçou, leu, escreveu, e descobria a cada dia que estava mais próxima daquilo que ela sempre quisera. Seus pais entendiam aquilo como um mero esforço para um dia abrir, quem sabe, um mercado na cidadezinha, mas ela pensava diferente: “-Esse é o portal para mundos novos!”Pensava ela com toda a certeza.

O tempo passou, ela enfrentou dificuldades e quando os obstáculos eram grandes de mais ela os contornava mantendo sempre em mente sua meta final. Cresceu, amadureceu, e fazia tudo visando o futuro, conheceu pessoas, pessoas a conheceram, e aos poucos tudo foi se ajeitando, os caminhos foram aparecendo e as portas se abrindo, e a dedicação ao lado da competência fazendo com que tudo fosse criado.

Ela se apaixonou, formou-se, trabalhou, e então viu que seu sonho estavam mais próximo do que nunca, abraçou a chance com todas as suas forças e pronto! Quando se deu conta estava sentada no avião, decolando rumo a lugares desconhecidos, diferentes, curiosos. Mas não era uma simples viagem para outro país, era uma decolagem para dentro de si mesmo, para uma nova menina, que agora, aliás, nem era mais menina, já era mulher. E ela conseguiu, com todo seu esforço, transformar a pequena cidade em um grande lugar, tão grande quanto o seu coração.

Parabéns!

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